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  • Foto do escritorAndrei Moscheto

Na sala de ensaio e no Palco - Jogos de Improviso




Um ponto de virada na compreensão do que são os jogos de improviso acontece quando eles deixam de ser uma ferramenta pedagógica e viram shows de impro.


Deve ser até estranho pensar no já falecido professor Keith Johnstone, que gostava do jogo do "Só Perguntas" para mostrar para os improvisadores como perguntas não colaboram com a construção de cenas, ver esse jogo virando um sucesso em shows.


Tenho certeza que o mestre logo percebeu algo que acalmou seu espírito: o jogo da sala de ensaio e o jogo do show não são o mesmo jogo


O jogo da sala de ensaio tem um intuito de esclarecer conceitos para os improvisadores / O jogo com público tem o conceito de entreter.


O jogo de sala de ensaio treina a percepção dos jogadores para melhor entender seus parceiros de improviso, para que possam se apoiar / O jogo com público é feito por pessoas que já se apoiam e que estão atentos as demandas da audiência.


Quase todas as apresentações de jogos que a gente assiste que parecem estar um pouco "fora do tom" são por levarem exclusivamente conceitos de sala de ensaio sem ter a plena consciência do público, ou por terem plena consciência do público, mas não terem os conceitos claros e internalizados pelos jogadores (vira um show de humor estranho, que nem é roteirizado nem improvisado o suficiente).


Esse equilíbrio entre conceito/conteúdo/estrutura é o que acaba diferenciando bons shows de impro de jogos e o seu uso para entretenimento não pode ser confundido pelos artistas. Os jogos podem sim continuar a ser potentes ferramentas pedagógicas, desde que inseridas num processo pedagógico de treino claro montado pelo coletivo.


📸Anderson Bizzocchi & eu numa apresentação de GORILA em 16 de agosto de 2016 durante o Improvisorama - São Paulo-SP - foto de Lala Bradshaw

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