Jogos de improviso são fundamentais para que possamos improvisar. Do mesmo jeito que você não pode chegar para uma pessoa que ainda não sabe escrever e jogar um pedaço de papel, uma caneta e dizer "escreve aí", jogos de impro levam as pessoas pelos degraus de aprendizagem necessários.
Quase todos os jogos antigos nasceram com propósitos pedagógicos claros. O jogo do Troca, por exemplo, tinha o objetivo inicial de ajudar improvisadores a tomarem decisões mais arriscadas e interessantes para a construção de histórias. O jogo do Só Perguntas foi criado para que improvisadores sentissem todos os problemas que acontecem quando o seu parceiro te oferece uma pergunta em vez de algo que possa ajudar a história a continuar.
É claro que alguns jogos vieram depois do período pedagógico, do tempo em que os jogos começaram a ser um sucesso por conta de apresentações públicas. O motivo desse sucesso é múltiplo, cada professor tem uma teoria. Uma que gosto e repito é a que quando você tem uma regra clara para ser seguida, todos que assistem entendem o que está acontecendo e podem apreciar a maneira como os improvisadores lidam com as limitações. Pode ser isso, pode não ser.
De qualquer forma, para se jogar é preciso conhecer os conceitos fundamentais e estar pronto para treinar. E treinar. E treinar. E treinar. E treinar. E treinar.
Ah! E treinar.
📸: Guilherme Tomé, Marco Gonçalves, eu, Marianna Armellini durante apresentação ao vivo de "É TUDO IMPROVISO" - Festival de Curitiba, 2011 (infelizmente sem o crédito do profissional que registrou)